Inovações tecnológicas da Copa

No dia 20 de novembro começaram os jogos da Copa do Mundo de Futebol no Qatar e, com certeza, os olhos de todo o mundo estarão voltados para este evento, não só pelo esporte em si mas também por toda a inovação tecnológica que será aplicada nos jogos e nas cidades onde eles ocorrerão.

O Qatar, país peninsular localizado no Golfo Pérsico, é conhecido no mundo todo pela sua imensa riqueza vinda da exportação do petróleo e pelo seu clima desértico, com registros de temperaturas exorbitantemente altas, chegando aos 50° C.

Por estas razões a Copa de 2022 promete novos recursos tecnológicos para garantir conforto a todos que forem presenciar esse evento e melhor qualidade na transmissão dos jogos. Confira abaixo um pouco das inovações que o Qatar irá trazer para este evento!

Zonas de refrigeração

Devido às altas temperaturas comumente registradas no país, com temperaturas que podem chegar até 41°C, um sistema avançado de resfriamento foi implementado nos estádios para gerar conforto térmico para os espectadores e para os jogadores.

Esta tecnologia foi implementada inicialmente no próprio Qatar em 2008 e hoje vem sendo aplicada em outros países próximos da faixa do Equador, permitindo conforto em eventos esportivos e de entretenimento.

Os estádios terão um centro de energia que converterá energia solar em energia elétrica. Ao acionar esse centro de energia ele levará água fresca em canos instalados em diversos pontos da arquibancada. Após a distribuição da água nos canos, ar gelado será emitido para a arquibancada e para o campo, reduzindo a temperatura e refrescando os torcedores e jogadores.

Esta tecnologia é 40% mais sustentável quando comparada com as demais tecnologias de resfriamento. Este recurso também permite que a temperatura seja regulada conforme a quantidade de pessoas no estádio e não por conta da temperatura no lado exterior do estádio.

Estádio desmontável

Construído com containers de metal e com estruturas de aço modulares, o Estádio 974 apresenta a inovação de poder ser totalmente desmontado após o final do evento, além de sua construção ter sido bem mais barata quando comparada com os demais estádios.

Este estádio foi construído com exatos 974 containers, todos à mostra e são coloridos e numerados, dando um aspecto único para este estádio, fugindo do padrão de estádios da copa da Fifa.

Ele está localizado próximo à costa, onde há presença de brisas naturais que servem como refresco para a platéia e jogadores. Por este motivo este foi o único dos 8 estádios da Copa que não contam com a tecnologia de resfriamento.

Bola conectada ao VAR

Com o nome de Al Rihla, a bola oficial da Copa do Mundo de 2022 apresenta uma nova tecnologia para auxiliar na arbitragem dos jogos. Esta bola possui a capacidade de enviar dados em tempo real para o sistema VAR (Árbitro Assistente de Vídeo) através de um sensor de movimento localizado em seu centro.

Este sensor possui uma Unidade de Medição Inercial que é capaz de rastrear cada toque na bola, coletando dados sobre a movimentação e enviando para o sistema VAR.

Durante toda a partida a bola irá fornecer informações sobre possíveis faltas, que serão encaminhadas para uma Inteligência Artificial responsável por marcações semiautomáticas de impedimentos, auxiliando os árbitros em tomadas de decisões mais precisas.

Além disso, esta é a bola mais ecológica já feita, pois é a primeira a usar tintas e colas à base de água. Ela também possui pele de poliuretano texturizada cuja confecção não utiliza costura, seus 20 gomos são ligados termicamente.

Ela também conta com a vantagem de ser mais rápida que suas antecessoras. O desenvolvimento desta bola constituiu em testes de laboratório, de campo e em túneis de vento, o que permitiu a construção da bola com a melhor aerodinâmica de todas.

Tecnologia de Impedimentos

Como mencionado anteriormente, uma Inteligência Artificial será utilizada para auxiliar a arbitragem através de marcações semi automatizadas de impedimento. Contudo, não só da bola que essa tecnologia recebe os dados da posição dos jogadores. O sistema também conta com 12 câmeras espalhadas pelos estádios focadas no rastreamento de todos os movimentos dos jogadores em campo, monitorando também 29 pontos de cada jogador, obtendo mais precisão na marcação de impedimentos.

Esta tecnologia determinará automaticamente a posição relativa dos jogadores no exato momento em que a bola é jogada, emitindo um alerta à sala de operações de vídeo em caso de situação de impedimento, junto com o ponto de chute selecionado e a linha de impedimento traçada.

       Depois disso, os árbitros de vídeo precisarão validar o ponto de chute proposto, tornando a comunicação da decisão final ao árbitro em campo responsabilidade do VAR. Esse processo tem a duração de segundos, permitindo maior precisão e velocidade na tomada de decisões.

  Após a decisão dos árbitros, a Inteligência Artificial irá gerar uma animação 3D da infração cometida e será transmitida nos telões do estádio para melhor comunicação com o público no estádio e telespectadores.

Camisas Inteligentes

As camisetas da Copa farão uso de Internet das coisas (IoT) para auxiliar na avaliação do estado de saúde dos jogadores. 

Elas farão uso de micro sensores instalados em seu tecido. Desta forma, as camisas conseguirão obter parâmetros da temperatura corporal, hidratação, nível de estresse, respiração e outros sinais vitais dos jogadores.

Também será utilizado Bluetooth nelas para que possam trocar dados entre si e entre uma central, onde serão monitorados os sinais vitais de todos os jogadores. Toda a troca de informação das camisas é feita em tempo real por conta das inovações em soluções de conectividade.

Essa tecnologia permitirá, através deste monitoramento, maior agilidade para atender a problemas de saúde durante os jogos, alertando os socorristas dos estádios, que darão as devidas assistências o mais breve o possível.

Uso de drones na segurança

      A fim de prevenir atentados ao evento e promover a segurança do público e dos jogadores, serão utilizados drones para auxiliar na vigilância dos estádios.

       Os drones sobrevoarão a cerca de 1,5 km dos estádios e farão uso de radares estrategicamente posicionados.

    Eles também são aptos para interceptar “drones inimigos”. Ao detectar algum dispositivo suspeito, eles lançarão uma rede sobre este dispositivo e o levarão para longe do estádio.

Cidade Inteligente

A cidade que vai abrigar a final da Copa, Lusail, também fará uso da tecnologia IoT.

      Esta cidade foi construída com o objetivo de se tornar uma cidade inteligente, baseando-se em princípios de sustentabilidade e inovação tecnológica. Um exemplo é o sistema de resfriamento da cidade, um pouco similar aos utilizados nos estádios, onde a água marinha é levada a quase mil prédios por tubulações subterrâneas.

Mas se tratando desta Copa em específico, a cidade investiu em tecnologia para mobilidade urbana, onde foram instalados sensores pelas ruas a fim de fornecer informações do trânsito, horários dos transportes públicos e vagas de estacionamento. Os visitantes da cidade podem acessar esses dados em tempo real por aplicativo.

Conexão 5G

Esta será a primeira Copa com a implementação do 5G, garantindo conexão total aos espectadores e uso de recursos interativos. Esta tecnologia também permite melhor qualidade na transmissão dos jogos, reduzindo os delays e transmitindo em alta resolução.

Todos esses novos recursos trazidos pelo Qatar aumentam nossas expectativas com relação ao futuro. Se hoje temos tecnologias tão avançadas, o que esperar das próximas Copas do Mundo? O que esperar dos próximos eventos esportivos e o que esperar do modo de vida que teremos? Muitas são as dúvidas mas a única certeza que temos é que muitas melhorias virão e a forma como interagimos com o mundo e como interagimos uns com os outros irá mudar, principalmente pelas tecnologias promovidas pelo avanço na Engenharia Eletrônica.

Fonte: eletronjun.com.br